Você conhece a Disci?





























Acordei desnorteado com o despertador tocando alto, porém baixinho aos meus ouvidos graças ao som ensurdecedor do meu ventilador de teto colocado no máximo para aguentar esse calor. Cinco e pouco da manhã. Foco para chegar à porta do banheiro. Shorts para o chão. Pés para dentro do box. Rodada de registro para a direita. Mãos na saboneteira. Vazia.

Por sorte - ou precaução - deixo um sabonete líquido por perto para as visitas. O meu é em barra. O meu acabou. Acontece que eu nem me preocupei em sequer saber quantos sabonetes ainda tinha ou não em casa. Deixei rolar. Pouca responsabilidade, consequentemente, pouco sabão com a versão líquida daquele que me faltava.

O exemplo é bobo mas é um dos que me remetem à maior de todas as necessidades que já cheguei ao completar estes meus 32 anos: disciplina. 

A chata que eu sempre tratei com o mínimo de contato. "Oi. Tudo bem? Tudo e você? Que bom. Tchau". E partiu me divertir, extravasar, relaxar, me presentear. Nada dela por perto. Só quando ela for chamada. No trabalho, ótimo. Fora dali, eu mereço não me preocupar com nada. Ah, sim, claro.

Agora a fofa vive sentada nos meus ombros. Pesa. Mas aos poucos ela vai descer pelas minhas costas e tenho certeza que logo estaremos de mãos dadas. Lado a lado. Gêmeas, eu e a Disci.

Acontece que quando temos as nossas própria casa, próprias contas, própria falta de hábito de cozinhar e de nos exercitar, você vai precisar enviar um "Oi, sumida" para o registro "Disciplina" abandonado na agenda, se não, é só na base da Sorte - já essa outra mig, é ela quem escolhe a hora de te chamar para um rolê ou simplesmente ignorar as suas chamadas; não dá para contar com essa esnobe.

Umas das coisas que veado mais ouve - sim, não homossexual nem gay; que falta de disciplina a minha - é se sexo anal dói (entre muitas outras que surgem entre as conversas com curiosos). A resposta é não. É bem prazeroso. Para quem oferece e para quem recebe - se é quem me entende. Mas o ponto é que até para esse prazer é preciso chamar pela linda. Vira um ménage à trois. Você, a outra pessoa e a Disci.

O exemplo é porque é preciso um pouco de disciplina para uma preliminar bem feita. Para conhecer o seu corpo e evitar que - literalmente - dê merda. E não esquecer da Disci para lubrificar e, claro, se proteger. Ta-dá! Prazer na certa.

No famosinho "sexo por trás", a vontade também é um dos pontos mais importantes. Aliás, antes da Disci é sempre bom ver como está a tal Vontade. Sem ela, a disciplina simplesmente não aparece. Ou você realmente acha que os casamentos recebem em casa a Sorte para jantar todos os dias com a Vontade se juntando à mesa. Que nada.

Casamento duradouro também é resultado de disciplina. Muita. De ouvir, não julgar, oferecer, não esperar, perdoar, melhorar, se comprometer. O que é a Disci se não uma amante do todo corretinho senhor Comprometimento?

De qualquer forma, resolvi mandar convite e adicionar essa mocinha para tudo em minha vida. Surpreendentemente, ela me dá paz, melhorou meu sono, está cuidando da minha saúde, assegurou a graninha para a minha cerveja e meus livros sem me sacrificar. 

Quem quiser conhecê-la, vai por mim, vale a pena mandar pelo menos um emoji. Ela sempre responde.  
   


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