Talissa
Berchieri
Jornalista
Vários recados de amigos diziam: "Você
vai amar La La Land, precisa ir ver logo!". Os artistas que sigo nas redes
sociais também atiçavam minha ida ao cinema. Bom, como ir conferir um filme na
telona nunca precisa de muito pra mim, acelerei o dia pra não ficar de fora da
"onda".
Longe de ir contra os amigos e artistas, adoro
ouvir e ler as opiniões, mas nunca agradeci tanto a existência de Ryan Gosling
e Emma Stone, eles me salvaram de duas horas entediantes!
Já deu pra perceber minha opinião, né? É isso
aí, não me odeie, mas o que vale a pena nesse superestimado musical são apenas
os protagonistas.
Uma vez Julia Roberts disse: "Não sou
bonita como vocês acham, o que acontece é que todos foram programados pra me
achar bonita porque fiz um filme que chama ‘Uma Linda Mulher". Sábia,
Julia! Não concordo que ela não seja bonita, pra mim ela é fabulosa, mas o
raciocínio se aplica no caso de “La La Land - Cantando Estações”. O marketing
do filme foi tão competente que programou o mundo pra achar essa obra fraca o
longa do ano.
Ao chegar a Los Angeles, o pianista de jazz
Sebastian (Ryan Gosling) conhece a aspirante a atriz Mia (Emma Stone) e os dois
se apaixonam. Em busca de oportunidades para suas carreiras na cidade, os
jovens tentam fazer o relacionamento e as carreiras darem certo.
O diretor Damien Chazelle tentou colocar “La
La Land” em prática em 2010, mas não achou um estúdio sequer pra produzi-lo. Em
2014, o diretor e roteirista ficou conhecido por “Whiplash – Em busca da
perfeição”, um longa superior e de bom gosto que conquistou espaço nas
premiações. Depois de um sucesso no currículo, ficou mais fácil conseguir
produzir e emplacar “La La Land”.
O musical tem a pretensão de ser uma homenagem
aos grandes filmes do passado e não inova. O tema é batido, muitos já colocaram
a dificuldade que é fazer carreira na disputada Los Angeles de um jeito bem
mais original (o recente “Café Society” de Woody Allen, por exemplo). Pra
voltar a esse assunto como centro é preciso no mínimo mais do que dois atores
graciosos.
Adoro musicais, quando são bons já baixo o
álbum no meu Spotify. Nesse caso, nem a trilha de “La La Land” salva por
completo, as duas primeiras sequências musicais são constrangedoras. A primeira
é a cantoria no trânsito parado, uma referência ao lado caótico da cidade dos
sonhos. Já o segundo musical é a festa em que Mia vai com as amigas. Podíamos
ter passado sem as coadjuvantes sem graças, direção de cena ruim e música
fraca.
Para evitar que a minha orelha queime de tanto
me praguejarem, vou fechar os pontos negativos do filme com apenas mais uma
observação: como um ator como J. K. Simmons foi escalado pra praticamente
uma figuração?
Continuando... E tentando amenizar.
Como disse lá no início, o filme tem dois salvadores. Achei “La La Land”
insuportável? Não, porque me distraí com a graciosidade de Stone e Gosling.
Dois talentos incríveis que tiveram química apesar do roteiro raso. Duas
músicas também salvam em toda a trilha do filme, são elas a "City of
Star" e "Mia and Sebastian's Theme". Claro que não vão se
tornar clássicos daqui a alguns anos, mas enfeitam algumas cenas.
Uma última coisa, alguém sabe me explicar por
que a divisão do filme em estações? Ok, parei!
~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca
*** Talissa é fofura do
começo ao fim. No jeito, não no corpo, ok? Ela se cuida bastante. Só relaxa no
fim de semana. Mas só um pouco. Toda dedicada em tudo o que faz. Delicada também.
Mesmo quando crítica. Menos quando ri. Sua risada é gargalhada. Quase gritada.
Uma delícia. Mais delícia que isso, só quando entra num bom conselho de amiga,
numa boa conversa filosófica e técnica sobre filmes e seriados, os bons e os bobos.
~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca~D|caneca
Comentários