32 homens com quase um só perfil






A administradora, Isabela Dias, mulher que assinala a opção "50 a 60 anos" em formulários de inscrição buscou 32 homens para diferentes experiências de sexo sem compromisso depois do fim de seu casamento graças a algumas tantas traições do marido. 

O número de homens - que dá nome ao livro - é também a quantidade de anos que Isabela passou casada. "Um homem para cada ano que passei com você", esclarece logo na capa. Presente de aniversário de uma amiga, mais que as fantasias da autora, contadas em formato de diário sobre cada um dos caras, me chamou atenção o perfil da maioria desses 32: casados, com filhos, reclamões de suas espoas e de suas vidas monótonas. Engraçado, né?

Engraçado mas o livro não é ficção. São homens com CPF, com contas bancárias, paus que passeiam bastante por aí e, outra coisa em comum nos relatos de Isabela, a tratativa de suas amantes. Elogiam sua pele, seu cheiro, o quanto são sem amarras na cama... Tudo, claro, completamente o oposto do que dizem sobre suas esposas ao compartilharem com a autora.

Não contei, mas no livro a média de homens casados que saem com Isabela deve ser de 25 para os 32. Essa é a noção que tive. Um deles chega a colocar a esposa em seu celular para conversar com a autora, pois disse para a coitada da mulher que ficou em outra cidade que estava em viagem e aproveitou para rever "uma velha amiga". Cuidado, amiga também oferece boquete - pelo jeito, claro. Mesmo velha.

"Não escondo que vários dos meus encontros eram com homens casados. Declaradamente casados e com aquela conversinha do 'só estamos juntos por causa dos filhos, da família', que é pura babaquice. Eles estavam juntos porque não têm coragem de confessar que eram infelizes. Estavam contentes enganando o mundo e não percebiam que poderiam estar sendo tão enganados como qualquer outro", analisa (muito bem) Isabela em um dos trechos.

A própria autora, ao alcançar o homem de número 31, comenta sobre o lance de ter sido traída - o que acabou com seu casamento - e agora estar do lado de lá, fazendo o mesmo com outras mulheres - caso elas descubram, obviamente, o que parece não acontecer na maioria dos casos. No resumo, ela assume estar em busca do prazer e deixa claro que quem são comprometidos são eles, não ela. 

Muito bem. Até concordo com a cinquentona bem resolvida - o que é um ganhoa para qualquer mulher, em qualquer idade. Mas se há um padrão para o casamento: juntos para sempre e que venham os filhos! Será que há um padrão para a traição?

Ela diz que não aguenta homens descuidados que não apagam seus rastros. Mas quem vive todos os dias andando por aí será que consegue mesmo não deixar uma pegada sequer?

Na verdade acho que rola um padrão do casamento para toda a vida que inclui o sexo extraconjugal só para garantir o pacote completo do "para sempre" logo depois do "felizes".

Almoçando com uma amiga, ela comentou sobre uma colega dela que diz que não transa há tempos com o seu marido nem acha que a coisa deve se resolver. Considerando que ela e o marido não transam, podemos afirmar que o casamento vai durar a vida inteira desde que cada um deles procure "se ajeitar" por fora? Hoje ninguém tira da minha cabeça que sim. Já até rola um cara no escritório - também casado - que está mexendo (muito) com ela.

Pode ser pelo livro recém engolido, mas, neste momento, nada me convence de que para se ter o "para sempre" é preciso colocar em segundo lugar na frase o "felizes". Questão de prioridades mesmo.


Comentários

Não acho que é impossível ficar com alguém para sempre e feliz, o que acho é que esse tipo de relacionamento exige uma franqueza absurda para que ambos pontuem os percalços, o que os incomoda e tentem resolvê-los, como qualquer relacionamento, inclusive entre amigos, se não houver espaço para ajustes, críticas e vontade para resolução, não funciona.Daí as pessoas se frustram, e por não falarem disso no começo, não falarão no final, tomarão decisões convenientes, porque sem dúvida terminar relações que envolvem filhos, costumes e bens deve ser muito mais difícil que simplesmente se aventurar eventualmente sob o véu da rotina. Mas como você disse, as pessoas só estão engando aquele que um dia amaram, e a si mesmos.
Excelente comentário, Aninha. Você tem razão. Pode rolar, sim. Mas realmente as pessoas acham que dá um trabalho que, na verdade, poderia poupá-las de dores de cabeça se conversassem numa ótima.

Adorei. Acho que você deveria escrever sobre isso. E postarmos aqui no Caneca! rsrs ;)
Imagina só penso que ás vezes o ser humano prefere saídas menos trabalhosas pra justificar suas insatisfações e tabém manter sua imagem ilibada diante da sociedade. Mas uma relação verdadeira exige outras coisas, né? Depois quero o livro emprestado. ;)
Aline Sandoval disse…
Infelizmente essa é uma realidade, concordo com a Aninha, o problema é que tem tanta coisa por trás de uma separação. Um deles, por exemplo, são as pessoas que não sabem ser sozinhas, eu conheço n que saem de um relacionamento e já se envolvem em outro num desespero (sem um sentimento formado), e só saem do relacionamento porque são tiradas, se não, elas fazem parte do grupo que trai para não largar e ficar sozinha de novo. Aí criam mil desculpas para isso!
Eu também quero ler esse livro!
Verdade, Sandy. Há quem fique porque não foi descoberto e quem fique depois de descobrir a traição só para não que ficar sem um relacionamento. Triste, né? Posso te emprestar o livro, se quiser. Depois da Aninha rsrs. Obrigado pelo comentário. iLUVit.
Feliz Páscoa, queridos amigos!!!

Meus queridos amigos, é tempo de celebrar a vida, o amor e a esperança, pois chegamos a esta época maravilhosa que é a Páscoa! Ter amigos tão especiais como vocês é das maiores bênçãos que alguém pode desejar. É mais uma alegria para juntar à comemoração de uma data tão extraordinária quanto essa.

Nesta época celebramos a vitória do amor do nosso Salvador que se transformou em triunfo sobre a própria morte. E eu desejo que todos os sonhos de amor e paz triunfem sobre qualquer dificuldade.

Feliz Páscoa, meus queridos amigos! É tempo de renovação, de renascimento, e nesse espírito eu espero que suas vidas renasçam carregadas de doces surpresas, muito amor, muita paz, muita saúde e muita amizade!

http://www.luceliamuniz.blogspot.com.br/
Unknown disse…
Samy, quase um ano depois de você publicar no blog sobre o livro, cá estou eu, novamente, para comentar...kkkk!
Dessa vez para dar a minha opinião sobre o livro. Depois de ler atentamente cada linha, do "diário", só posso dizer que é a mais clara declaração da vida oculta e hipócrita, dos casais. Não só de classes sociais mais altas, de qualquer uma.
Ela simplesmente conseguiu reunir em um único livro, tudo o que é mais real. A autora é clara, sem "papas na língua" quando descreve seus envolvimentos amorosos, será que posso nomear assim. E dá um tapa na cara de todas as mulheres que se vangloreiam dos casamentos "estáveis" e desmascara os homens "de bem".
Mais uma vez confirmo a minha tese de não confiar em nenhum homem e por isso permaneço solteira. Não tenho estômago para estar com alguém que está com todas.
Vale a pena ler, parece que eu estava conversando com a Isabel e ela me contando detalhes, que nós mulheres, só contamos para as amigas mais próximas. Era como se eu tivesse lendo meu zap...kkkkkkk!

PS.: Adorei as descrições das experiências, algumas me deram vontade de realizar e outras já tinha mesmo.... kkkk.

Hey, Sand! Que legal você voltar ao post para comentar que leu o livro. Mais ainda com um comentário tão IMPECÁVEL como este. Adorei a sua análise, principalmente como você percebe isso no dia a dia da mulherada.

Ao mesmo tempo que desanima saber como estão as relações, o livro os dá material para olharmos com esperteza, e até tranquilidade, para coisas que muitas vezes não podemos evitar, como uma traição.

Obrigado de novo por comentar. Um beijo. : )



Unknown disse…
Esqueci de um detalhe: quase criei um perfil no Tinder pra mim. Se o livro demorasse mais alguns capítulos... kkkkkkk!!
Hahaha... Não te julgo, Sand! ;)