Sessão de plenitude


“As Sessões” é sobre sermos plenos em nossa condição e como, não importa a circunstância, 
isso está definitivamente em nosso controle


Eu perdi “As Sessões”. Na verdade, eu perdi "A" sessão. Não consegui assistir a uma sessão sequer do filme “As Sessões” quando em cartaz, em 2012. Não o aluguei nem me rendi à pirataria. Assisti neste primeiro mês de 2015, pela TV a cabo. E valeu a pena.

À época conheci o filme por causa do quanto foi questionado o papel da terapeuta sexual, Cheryl Cohen Greene, que inspirou o papel de Helen Hunt no cinema. Na prática – literalmente na prática – Cheryl tratou de pessoas com problemas sexuais com o método de terapia do sexo em que ela transa com seus pacientes – em plena década de 1970. Chamada de prostituta por seu método, em 2013 li sua entrevista para a revista Época em que ela conta muito à vontade sua forma de trabalhar.

No filme ela é apresentada para o jornalista e poeta, Mark O'Brien (ator John Hawkes). Mark teve poliomielite aos 6 anos e ficou paralisado do pescoço para baixo. Ele praticamente vive em uma máquina chamada de “pulmão de aço” que o cobre até o pescoço e o ajuda a manter seus pulmões em atividade. Seu tempo de respiração natural fora do aparelho é de até três horas.

O lance do filme – além da história real inspirada no artigo que Mark escreveu para a revista The Sun chamado de "On Seeing a Sex Surrogate", que em português seria algo como "Saindo com uma Substituta Sexual" – é a forma como Mark toma as rédeas de sua vida e de seus sentimentos. Ele vive de forma leve e se permite conhecer coisas que elevam sua serenidade. A interpretação de John Hawkes é sensacional na forma como ele deu sutilidade a um personagem tão sofrido.

Mark acredita no amor e é um ser humano apaixonante de se assistir – com grande contribuição de seu humor irônico sobre a sua condição. Ele dispensa a cuidadora rabugenta e se permite experimentar a nova relação com sua próxima assistente. Ele abre seu coração ao dizer que a ama e, por medo, ela foge. Ele se confessa com o padre (William H. Macy) que compreende sua situação e o incentiva a conhecer o sexo – Mark foi virgem até os 38 anos, quando conheceu Cheryl. Ele se apaixona por sua terapeuta e ela por ele. A relação não rola pois entre os limites impostos pela profissional está a quantidade máxima de seis sessões para que não haja maior envolvimento.

Mas o que mais rende no filme é como cada fase que Mark experimenta, com cada mulher, o torna melhor, mais completo, colocando em um próximo degrau. Fica claro como, só após ele conhecer o sexo, ele se sente seguro e maduro a ponto de viver um relacionamento duradouro e assim a vida o presenteia com sua companheira que esteve ao seu lado até o fim de sua vida. 

Eu digo que acima de tantos pontos curiosos sobre esta história, o filme “As Sessões” é sobre sermos plenos em nossa condição e como, não importa a circunstância, isso está definitivamente em nosso controle. Assista.



Comentários

Anônimo disse…
Oi tudo bem?
Eu ainda não vi esse filme ,mas só pela sinopse fiquei curiosa .....
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Anônimo disse…
Oi sou eu de novo hahaha
Achei engraçado no trailer as caras que o padre faz quando o personagem vai contar algo a ele haahhaha quero muito ver esse filme *-*
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Oi, Jéssica! O filme é mesmo sensacional por um monte de coisas. Assista e sei que vai tirar algo bacana dele. Obrigado e passarei no seu blog para conhecer. Beijão, menina vampira!

;)