Domingo é definitivamente o remédio para
qualquer possibilidade de fim de relacionamento. Não há divórcio que se consuma
se o casal, sequer, cogitar saber como é um domingo sem o parceiro,
principalmente após anos de convívio.
Aos casados, namorados e mesmo aos que são
companheiros apenas aos domingos, o dia também não é lá aquelas coisas. Meio
parado demais. O de sempre. Alguns almoçam na sogra, depois dão uma passadinha
na casa da mãe. E vice-e-versa. Uma voltinha no shopping? Ah, vamos, não
estamos fazenda nada mesmo. Um porre. Mas quem assume?
Porém, ao olhar para o solteiro que passa
por eles na saída do cinema, têm a maior certeza do mundo que seu
relacionamento é impecável. Selinho para brindar a paixão que neste momento ressurge
do além. Smack!
Até o casal que tem aquela briguinha no
sábado há de se conciliar no domingo. Ah, tem que dar certo! Amanhã é segunda-feira
e a vida precisa estar linda. E aqui entra aquele lance de começo e fim.
Filósofos devem ter dito algo sobre o quanto as pessoas têm dificuldade com os “finais”. Exceção quando o fim é o da semana. Mas, com certeza, as coisas para esses ficam difíceis ao ouvir a vinheta do “Fantástico”.
Eu, agora usando o colete escrito “Solteiro”,
descobri que o difícil do domingo não é a coisa do fim, mas a do sozinho – está
vendo? Sentiu pena de mim ao ler a tal palavra! Engraçado como algumas palavras
e situações ao longo do tempo ganharam uma pegada tão pejorativa que fica
impossível reverter.
Durante anos de relacionamento, quase
sempre quando eu saía, ouvia a pergunta “e seu namorado, não vem?”. Minhas
respostas começaram com pretextos românticos, passaram por desculpas
compreensivas e se tornaram insatisfações sinceras. Fim do namoro. E uma das
coisas legais desse relacionamento foi justamente o constante “Eu Comigo” que também aprendi a amar.
Para a manhã de segunda-feira, quando os
colegas chegam ao escritório e começam com as histórias do fim de semana, dou a
dica: “Ontem fui jantar no novo restaurante” – “Sério? Com quem?” – “Comigo”.
Pronto. Provavelmente vão te sorrir de volta até com certa admiração. Responda “sozinho”
e algum deles te levará flores na hora do almoço, pensando ser melhor te
amparar.
Vindo há oito anos de dois relacionamentos e concluindo período de três meses de experiência entre os avulsos, minha carteirinha do Clube dos Solteiros ainda não chegou e já aprendi algumas
coisas. Família é sempre um ponto para se contar, incluindo o almoço de
domingo, mas pode ser que o melhor dia para o solteiro dar uma volta seja o
tal. Pode ser melhor até que o sábado à noite – quando todos, obrigatoriamente,
devem se divertir e paquerar. Experimente uma noite de sábado em casa, sozinho
(opa! Quis dizer, consigo), acompanhado de sua comida e DVDs favoritos.
Às avessas do domingo de muitos casais, me
permito aquele cinema seguido de uma pausa em casa para fazer as minhas arrumações,
emendando um “comer algo fora” acompanhado de algumas bebidas no mais gostoso
clima de sexta à noite. Se vamos dormir menos, recupere na segunda-feira. Que
diferença faz trabalhar na manhã seguinte ao domingo? Afinal, os solteiros não
têm para quem choramingar o famoso “ai, amanhã começa tudo de novo”.
Comentários
Agora me peguei pensando no domingo. Eu nunca fui muito fã de fazer qualquer coisa no domingo. Pra mim, ele era só mais um espaço em branco entre um sábado maravilhoso e uma segunda meia boca. Eu sempre reservava o domingo para fazer nada além de nada e ficar esperando a rotina começar de novo. Comecei a namorar e agora meus domingos são repletos de "cinema em casa", pipoca, livros e muito amor. Mas às vezes um domingo comigo também é muito bom. Aliás, sempre discordei de quem achava que "estar sozinho é ruim". Nada melhor que uns momentos só meus para mergulhar em mim e descobrir coisas que nem sabia que existiam.
Até mais!
Brendha, este é o seu primeiro comentário no VJ e eu já te adoro! rs rs
Que jeito mais gostoso de pensar.
Obrigado demais. Espero vê-la mais vezes por aqui.
Beijão e uma ótima "segunda-feira meia boca" pra gente! rs rs