O Meu Posto




Há meses não enchia o tanque do meu carro. Semana a semana, era “bom dia. R$ 20 de etanol, por favor”. Andava até acender a luz da reserva e então circulava mais um pouco para só voltar ao posto quando batesse aquele frio na barriga de receio do carro parar no meio do caminho. Esta semana pedi para completar. Mas gostei de me virar de R$ 20 em R$ 20.

Até chegar às doses menores, enchi muito o tanque, esvaziei até a última gota e depois lotava até a tampa novamente. Esse esquema não funciona mais para mim.

Costumava sair a semana toda, com amigos diferentes, em dias separados, abastecendo cada um, e então precisava me trancar com minha família, meus livros e DVDs nos sete dias seguintes para encher o tanque de novo. Agora fehei uma grande parceria com a criação do O Meu Posto.

Encher e esvaziar e encher completamente não é preciso com O Meu Posto. Abasteço e gasto aos poucos. Não desembolso mais qualquer valor nem gasto combustível sem considerar a situação. Algumas situações simplesmente não me atraem mais. O frio da barriga por medo de ficar sem combustível é passado.

O jornalista e humorista Rafael Cortez disse em seu blog que cansou de baladas. Comentou que simplesmente “ficou velho para isso”. A “justificativa”, diz muito. Aliás, quem precisa se justificar de algo e a quem?

É triste olhar para alguém que nunca mudou. Aquela pessoa que os papos são os mesmos, o jeito de pensar é engessado, o ponto de vista não traz novidade. E pior: se acha o máximo. Usa o posto dos outros para abastecer seu tanque num consumo que nunca cessa.

Por muito tempo fui advogado de um amigo que se casou, teve um filho e aos vinte e poucos anos mudou de rotina completamente, enquanto era apedrejado em um papo que rolava em outra festa de casamento. Depois de não sair sequer uma vez com aquela nossa turma de sempre, confessou a mim: “Ah, não adianta, não sou mais o mesmo e sou mais feliz assim. Curto muito ter por perto alguns poucos amigos, mas as coisas mudaram e hoje não troco a curtição com meu filho, meu sofá e minha casa por bares e coisas do tipo”. Assinei embaixo e agora faço o papel do meu próprio advogado.

Situações que se repetem cansam. Quaisquer que sejam. Sou do tipo que faz três diferentes caminhos para voltar pra casa após o trabalho por me fazer bem. Isso diz muito sobre a decisão em abrir O Meu Posto, onde abasteço quanto e como eu quiser.

Os concorrentes que me desculpem, mas não troco esta nova bandeira por nada.


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Você abastece onde e como? Comente, amigo VJ.

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Comentários

Unknown disse…
Fioti do céu....deixa eu te contar uma coisa: meu combustível era adulterado, menino. Então tô assim, parada num canto, vendo os sonhos passarem, um a um.
Acho melhor guardar o carro e trancar a garagem. No momento é assim...

Mas a esperança é mais teimosa que eu kkkkk
Lucimara Souza disse…
É isso aí, Matheus!
Sempre cheio de atitude! Adoooooro!
Grande beijo!
Sdd
Hehehe, sejE bem-vinda, Dani!
Um beijo.

VJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJ

Mary Tery, às vezes um carro sujo ou mal cuidado não nos dá animo de abastecer, certo? Pense na possibilidade de fazer uma revisão e balanceamento antes de qualquer saída com ele.

Beijos, pessoa linda.

VJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJVJ

Luuuuuuu!
Atitude, combustível aditivado, POWER! Hehehe. E eu ADOOOORO você.

beijaço.
Anônimo disse…
O meu posto está em mim, dentro de mim - apenas.

Um beijo.
Nada melhor que ter sua própria fonte de combustível, Lu.

Obrigado pelo comentário. Passarei para conhecer o "Sem Pudor" (ui!).

Beijão e boa semana.