Só nós dois em um ano novo



“Credo, que triste”. Foi o que ouvi de uma amiga às vésperas da passagem de ano ao dizer a ela como eu o “viraria”. Depois de alguns minutos de conversa, ela entendeu e talvez chegasse a pensar que passar o Ano Novo longe de festas “open bar” pode ser bom.
Já na véspera, 31, outra amiga me liga para desejar um Feliz Ano Novo.
“Tudo de muito bom para você e que a gente saia ainda mais” – e continuou.
“Obrigado, para você também. Com certeza, sairemos ainda mais para tomar várias” – eu disse.
“E então, o que vocês fazer?”.
“Ficaremos no apartamento. Só nós dois. Compramos umas coisas para beber e vamos ficar por aqui”.
“Ah, que delícia! Nossa, que inveja. Queria ter alguém assim também para passar o Ano Novo junto. Eu não tive a mesma sorte, vou passar com a minha família e depois da 1h, vou cair na vida”, disse ela antes de se despedir, quando os dois amigos se falaram pela última vez em 2009.
E assim vi que cada um tem seu pedido de Ano Novo.

Foi meu primeiro Ano Novo em um apartamento. Foi meu primeiro em um lugar tão aconchegante, tão do meu jeito.
Foi meu primeiro Ano Novo com menos de quinze pessoas no local. Foi o primeiro Ano Novo só nós dois.
Foi o primeiro Ano Novo em que fui para a cozinha e preparei algo. E este foi o primeiro em que a comida e a bebida apenas nos presenteavam enquanto nos olhávamos.
Foi meu primeiro Ano Novo em que não ouvi a tradicional contagem regressiva na rádio. Esta foi a primeira noite de Ano Novo em que descobri que um novo ano começava por causa dos fogos que víamos da sacada, enquanto nos abraçávamos e beijávamos.
Este Ano Novo foi o primeiro em que não me preocupei em bater meu recorde de ir dormir mais tarde que nos outros anos. Neste Ano Novo não me preocupei com nada. Apenas gozei.
Amei e amei demais, antes, durante e depois da virada de ano.
Nos últimos meses de um ano terminado, já não havia mais o sofrimento daquele ano agora passado, dos erros cometidos. À meia noite, não havia dúvidas, medos ou incertezas. Pedidos? Apenas mais do mesmo. Do mesmo que tenho hoje, que tive quando brindamos no copo usado especialmente para a ocasião, da mesma forma que o caminho de mesa – que por ser um apartamento, não tem mesa e foi – colocado no balcão. Apenas “eu te amo” e “te amo também”.
Rimos um do outro, mais e mais. Que pessoa linda tenho ao meu lado. Me emocionei e tudo naquela noite eu registrei.
Dormi, não como uma noite de Ano Novo, como uma noite igual a muitas outras da nossa vida, tão gostosa, das noites de nós dois que só nós conhecemos, mas esta, com um gosto especial de amor verdadeiro e aprendizado. Gosto do começo de um novo ano inteiro para nós. Mais um. Só nós dois em um ano novo.


* Matheus é um cara que acaba de completar 23 anos e nunca havia tido uma passagem de ano tão simples e tão especial. Ele nem mesmo havia cogitado em um dia passar um Ano Novo em um apartamento ao lado de um amor como este por achar utopia. Hoje, Matheus sabe que é possível e deseja isso para todos os anos de sua vida.

Comentários

Rodrigo Ziviani disse…
Nem sempre a festa mais animada e repleta é a melhor. Uma festa a dois também pode ser inesquecível. E não há melhor forma de começar o ano do que apaixonado, amando...
As ondas arrebentam onde é mais raso. A profundidade está nas águas tranquilas...
Um excelente 2010 pra gente, Má.
Tássia Beig disse…
O que dizer desse texto tocante hein amigo? Só desejar que venham as noites tranquilas a dois e que nelas estejam a paz de compreender o que é viver a vida AMANDO! E isso nós sabemos bem como é né?! PARABÉNS PELAS BELÍSSIMAS PALAVRAS! Beijo. Tássia.
Grace Kelly Cano disse…
Puta que pariu!!!
Desculpe o termo, mas o que mais posso dizer dessa magia que nos toca a cada palavra, a cada sentimento transcrito?
Pra não perder o costume, você ME MATA DE ORGULHO Sammynho e o que mais desejo é isso mesmo, que todos seus dias sejam assim, felizes e serenos!
Te amo muitão! Beijos!
Grace
Lívissima disse…
Coração quanta sensibilidade... Não te invejo porque também tenho minha tampa da panela e sei o que um reveillon "só nosso significa", tudo de mais lindo na vida (mesmo!)
O fato é que descobri que não temos opiniões diferentes e sim vivemos momentos diferentes, sabe por quê? Porque ao nos apaixonarmos, involuntariamente nos tornamos egoístas, e ainda bem que é assim! Só dessa forma vivemos horas, dias, eternidades de muita ternura, carinho, magia com quem amamos. Momentinhos particulares em que somos aquilo que somos e rimos das esquisitices um do outro. Dividir tudo isso com uma terceira, quarta ou quinta pessoa quebraria o encanto, a pureza, a espontaneidade e é por isso mesmo que ficamos (e devemos ficar) egoístas.
Só que amor cresce, amadurece,e fica orgulhoso e generoso. Orgulhoso porque nos sentimos tão privilegiados por encontrar uma pessoa tão especial que queremos que o mundo todo saiba que ela existe e é real. Para tal não é o suficiente dizê-lo e sim mostrá-lo, assim nos tornamos generosos, com uma serenidade que antes não tínhamos. Compartilhamos sem biquinho todo o bom humor, a alegria, a inteligência, a perspicácia, a criatividade, ou qualquer outra qualidade da metadinha tão preciosa que heroicamente encontramos antes. E o fazemos com a certeza de que com essa partilha, multiplicamos aquilo que temos de melhor para dar àqueles que estimamos, afinal a pessoa amada é sempre a melhor do mundo, e ai de quem disser o contrário...É ou não é?

Te adoro lindo, bjinhuss
Lucimara Souza disse…
Amigo,
Conheci seu blog hoje. Gostei!
Sobre este post...
Só tenho a desejar que em 2010 você viva infinitos momentos como este.
Continue escrevendo...
Abraços...
www.textos-e-reflexoes.blogspot.com
Lilian Marcelino disse…
Olá!
Lembrando que a maioria das mulheres é quase uma HP, vim fazer um coments e dizer que Réveillon a dois é sempre bom, mas que uma boa festa também é válida, risos.
Ótimo texto.
Beijocas!
Anônimo disse…
Que isso Má???
Eu amei esse textooooo!!!!
Aiii vc me matou aqui viuu, me tocou pra caramba...

Eu fico feliz só de saber da sua felicidade....

amoooooo
bjs