Orador de turma


Todos os que estão se formando hoje devem se lembrar do dia em que decidiram por cursar uma faculdade. O dia em que escolheram o curso de Jornalismo e mais ainda, todos aqui devem se lembrar do dia em que finalmente fizeram sua matrícula.
Saber como seriam os quatro últimos anos era algo difícil para a maioria de nós que só tínhamos a vivência do colegial como a referência mais próxima de tudo o que estávamos para viver. Esqueçamos o colegial. Hoje, sabemos que faculdade é faculdade.
Escola ou faculdade. Recreio ou intervalo. Professor ou amigo. Aos poucos, entramos em um ambiente completamente novo, uma experiência única.
Conhecendo ou não Jornalismo, nós conhecemos professores que nos passaram em seu tom de voz o quanto gostam do que fazem, o quanto têm a nos mostrar. Nós entendemos onde estávamos e a capacidade que tínhamos.
Experimentemos olhar para um texto que escrevemos na terceira aula de Técnica de Reportagem, ainda no primeiro ano e, em seguida, para um redigido apertado pelo andamento do TCC, há poucos meses. Nós mudamos.
Pessoas que jamais pensamos existir sentaram ao nosso lado. Nos viram apresentando trabalhos, próximo ao projetor levado até a sala de aula pelo funcionário de mais idade que durante quatro anos passou em frente às nossas carteiras, no prédio de Comunicação. Conhecemos pessoas que fora da sala de aula onde o ar-condicionado nem sempre agradava a todos, também sentaram ao nosso lado, e nos ouviram, e nos disseram. Em quatro anos, fizemos amigos para indeterminados encontros.
Dos muitos, poucos ficaram. Dos rostos desconhecidos e ansiosos das primeiras noites de aula, aqui estamos nós. E como estão os que não puderam seguir mensalidade após mensalidade? Estão seguindo exatamente como a vida lhes pediu. E nós, estamos aqui. Exatamente como deveria ser. Mas a pergunta é: como seguiremos agora?
Basta olharmos para nós, jornalistas e pessoas mais experientes. Basta entendermos quem nos tornamos e, principalmente, para quê nos tornamos. Não esqueçamos dos princípios profissionais e pessoais. Chegamos. E lembremos sempre o quão difícil foi chegar e também do esforço de todos que fizeram com que estivéssemos neste auditório hoje. Olhemos para eles e para nós. Seguimos juntos.
E se na nossa memória jamais existisse a lembrança de nossa matrícula sendo feita? O que teríamos feito de nossas vidas nos últimos quatro anos? Como seríamos hoje? Onde estaríamos?
Nós temos, somos e aqui estamos. Portanto, melhores que antes, seguimos.

Comentários

Anônimo disse…
Querido Matheus (ou, simplesmente Má, como sempre te tratei). Fico muito feliz de ver sua evolução profissional, sua capacidade, seu potencial. E foram tantas poeiras engolidas no caminho, né?! Sei disso...
Mas, faz parte de qualquer processo bem sustentado, bem construído. E o que quero é parabenizá-lo por ser, agora, oficialmente ou diplomadamente, um de nós.

Vc é merecedor!

Mesmo que "virtualmente", não vamos perder o contato.
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Abraço forte!

Larissa Mango