O champanhe ou A champanhe?

Além de muita leitura, o conhecimento no trabalho do jornalista também é composto por técnicas, uma das questões que nos diferencia de outros profissionais que se nomeiam jornalistas.
Na hora de escrever devemos estar muito atentos a estas técnicas e algumas padronizações.

Em NOSSO MANUAL, qual é a forma correta de referir-se a/o champanhe? Se diz, o champanhe ou a champanhe? Depende.

O champanhe: vinho branco espumante, da região de Champanhe, nordeste da França, ou seja, a bebida em si.
Ex. O champanhe está gelado.

A Champanhe: nome da região nordeste da França. Escreve-se em maiúsculo.
Ex. Faremos um passeio pela Champanhe.

É isso, JORNALISMO é CHEIO DE COISA.
APROVEITA E APRENDE MAIS AÍ.


Precisão e adequação



. QUESTIONAR ou PERGUNTAR?
A frase é: “Quem é você, questionou o delegado.”
O mais adequado é: “Quem é você?, perguntou o delegado.”
Questionar não é, como muitos imaginam, sinônimo de perguntar. Se você quer saber alguma coisa, pergunte. Questionar é “levantar questão, pôr em dúvida, discutir”. Nós podemos, por exemplo, “questionar a validade de um contrato”, “questionar a veracidade das denúncias”, “questionar a importância de um projeto”…
O problema é o uso do verbo questionar, que não é sinônimo do verbo perguntar. O substantivo questionário é “uma série de questões ou perguntas”. Isso significa que um conjunto de perguntas forma um questionário. Ainda não inventaram o “perguntário”.

. O RESTO ou OS DEMAIS?
A frase é: “O primeiro da fila já pode entrar. O resto deve aguardar na sala ao lado.”
O adequado é: “O primeiro da fila já pode entrar. Os demais devem aguardar na sala ao lado.”
A palavra resto apresenta, entre nós, uma forte carga negativa. É pejorativo tratarmos as pessoas por resto. Soa muito estranho quando ouvimos na televisão: “Rio de Janeiro e São Paulo assistem a São Paulo e Botafogo. O resto do país fica com o jogo Grêmio e Goiás.” Parece que é a “porcaria” que restou. Por causa dessa carga pejorativa, devemos evitar o uso da palavra resto. A palavra restante ameniza um pouco, mas só ameniza, pois ainda apresenta alguma carga negativa. Melhor mesmo é usar “os demais”, “os outros”…
Isso tudo me faz lembrar a velha distinção que aprendemos nos bons tempos de escola: “o professor não erra; no máximo ele se engana”. Mais tarde é o chefe: “ele nunca erra; eventualmente se engana”. É visível que o uso de engano, em vez de erro, é para suavizar o fato. Um colega certa vez definiu bem a diferença que a maioria das pessoas faz para erro e engano: “quem erra é por burrice ou ignorância; quem se engana é por descuido ou desatenção”.


. CIDADE ou MUNICÍPIO? DIVISA ou LIMITE ou FRONTEIRA?
A frase é: “O pecuarista cria seu gado no interior da cidade.”
O mais adequado é: “O pecuarista cria seu gado no interior do município.”
O pecuarista que cria seu gado no interior da cidade deve estar provocando um grande problema, pois criar gado no centro da cidade gera muitos problemas urbanos. Muita gente boa trata cidade e município como sinônimos. Rigorosamente, cidade refere apenas o núcleo urbano e município abrange toda a área, urbana e rural.
Entre municípios não há divisas nem fronteiras, e sim limites. Divisas separam estados, e entre países há fronteiras. Portanto, é inadequado quando a repórter diz: “Aqui na divisa do Rio de Janeiro com São João do Meriti”. Entre municípios há limites. É só observar as placas do DNER: “Limite (entre) Rio de Janeiro (e) Duque de Caxias”. Quem tem divisa é o estado do Rio de Janeiro com o estado de São Paulo, com Minas Gerais, com o Espírito Santo. E o Brasil tem fronteiras com quase todos os países da América do Sul.

. GEADA CAI ou NÃO CAI?
A frase é: “Nesta madrugada, pode cair geada.”
O correto é: “Nesta madrugada, pode se formar geada.”
Ao contrário da neve, que cai, a geada se forma no solo ou sobre águas paradas. Portanto, geada não cai.
Se neve cai, é desnecessário dizer que “caiu neve”. Basta dizer que nevou. O mesmo ocorre com a chuva. Li num bom jornal: “A chuva que caiu ontem à noite provocou…” Não conheço chuva que não cai. “Chuva que caiu” é redundante, é desnecessário. Bastaria dizer: “A chuva de ontem à noite provocou…”
. QUASE NENHUMA ou QUASE?
A frase é: “Não há quase nenhuma correção a fazer.”
O adequado é: “Não há quase correção a fazer.”
Se não existe “meia correção” e nenhuma indica ausência absoluta, a combinação “quase nenhuma” é absurda. Estamos diante de uma contradição: ou não há nenhuma correção a fazer ou não há quase correção a fazer. Se a intenção do falante é dizer que o trabalho está quase perfeito, com pouquíssimos erros para corrigir, basta eliminar o nenhuma: “Não há quase correção a fazer”. Se o trabalho estiver perfeito, aí “não haverá nenhuma correção a fazer”.
Deu num bom jornal: “Jogador custa quase mais de um milhão de dólares”. Gostaria de saber quanto custa o tal jogador. O repórter certamente estava um pouco inseguro. Não é difícil deduzirmos que o preço do atleta é mesmo de um milhão de dólares, pois o “quase” e o “mais” se anulam. Assim sendo, o “jogador custa um milhão de dólares”.
Ou será que ele queria dizer um pouco mais de um milhão de dólares?

. SEGUIMENTO ou SEGMENTO?
A frase é: “É excelente seguimento de mercado.”
O correto é: “É excelente segmento de mercado.”
Confundir seguimento com segmento é muito frequente. Seguimento vem do verbo seguir. Seguimento é o “que segue”: “Isto vai aparecer no seguimento do trabalho”. Segmento vem do verbo segmentar, que uma das partes resultantes da segmentação. Segmentar é “dividir, separar”.
Deu num bom jornal: “O atacante é um grande finalista”. O nosso repórter certamente queria dizer “um grande finalizador”, ou seja, aquele que finaliza bem o lance, chuta bem ao gol. Um grande finalista pode ser o time do atacante, desde que chegue ao grande jogo final do campeonato.


. CICLO ou CÍRCULO? e PORCAMENTE ou PARCAMENTE?
A frase é: “Estamos vivendo num ciclo vicioso.”
O certo seria: “Estamos vivendo num círculo vicioso.”
É muito frequente confundirmos ciclo com círculo. Isso se deve, provavelmente, à semelhança. O problema é que ciclo se refere a “período”: “ciclo do ouro”, “ciclo das grandes navegações”… No caso, estamos no referindo ao fato de os problemas não terem fim. É um círculo cheio de vício, porque se repete muitas vezes e não acaba nunca.
Confundir palavras parecidas é sempre perigoso. Isso me faz lembrar aquele sujeito que faz pose e afirma: “Ela fala mal e porcamente”. Pelo visto, estamos na lama… É muita sujeira! É bom saber que esse tal “porcamente” era para ser “parcamente”. Vem de parco, que significa “pouco, escasso, minguado”. “Falar mal e parcamente” significa “falar mal e pouco, poupar palavras, falar moderadamente”.
. LARGO ou COMPRIDO?
A frase é: “Caminhava a passos largos para o título de bicampeão.”
O mais adequado seria: “Caminhava a passos compridos (ou longos) para o título de bicampeão.”
A expressão “a passos largos” já está irreversivelmente consagrada em português. É um caminho sem volta. Mas, vale a pena lembrar que “largo”, em português, significa “amplo”. Daí a largura. Os pés podem ser largos, mas não os passos, que podem ser “compridos ou longos”. A expressão “a passos largos” provavelmente é de origem espanhola, pois, no espanhol, largo significa “comprido” e ancho é “largo”.
Outro caso curioso é o chavão: “Brasil perdeu em pleno Maracanã”. “Pleno” significa “cheio, completo”. Em pleno Maracanã quer dizer que o Maracanã estava lotado. Hoje em dia, porém, é frequente ouvirmos nossos jornalistas esportivos usarem “pleno” com o sentido de “em seu próprio estádio”, “em sua própria cidade”. Não há, portanto, a intenção de se fazer referência à lotação do estádio. Às vezes, a expressão “em pleno Maracanã” é usada mesmo com o estádio vazio. Isso me faz lembrar o plenário da Câmara dos Deputados, que está sempre “cheio”…

. UM FÍGADO ou O FÍGADO? UMA FRATURA ou FRATURA?
A frase é: “O paciente teve um fígado afetado.”
O correto é: “O paciente teve o fígado afetado.”
Pelo visto, o tal paciente tinha mais de um fígado. Ter dois ou três fígados, certamente é uma anomalia. O mau uso dos artigos é uma constante. Com alguma frequência podemos observar o uso desnecessário do artigo indefinido: “O Prefeito vai encaminhar um outro projeto de lei” e “Para ficar na empresa, o gerente havia exigido um aumento salarial”. Bastaria dizer que “o Prefeito vai encaminhar outro projeto de lei” e que “O gerente havia exigido aumento salarial”.
Em “Exame não confirma uma fratura”, temos uma curiosidade. Se a intenção era dizer que não houvera fratura alguma, o artigo é desnecessário. Bastaria dizer: “Exame não confirma fratura”. Por outro lado, se o exame não confirma “uma” fratura, eu poderia entender que houve mais fraturas, ou seja, não confirmou uma única fratura, e sim duas ou mais. Nesse caso, “uma” não seria artigo indefinido, e sim numeral.

. EPIDEMIA ou EPIZOOTIA?
A frase é: “Os animais morreram devido à epidemia.”
O mais apropriado é: “Os animais morreram devido à epizootia.”
É inadmissível um médico-veterinário confundir epidemia com epizootia. O elemento “demos” vem do grego e significa “povo”: democracia (=governo do povo), demagogia (=levar, conduzir o povo), demografia (=descrição do povo)… Epidemia é “doença que surge rapidamente num lugar e acomete, a um tempo, grande número de pessoas”. Pessoas e não animais. Epizootia é “doença, contagiosa ou não, que ataca numerosos animais ao mesmo tempo e no mesmo lugar”. É bom não esquecer que o elemento grego para “animais” é “zoo”, daí a zoologia, o zoológico, o protozoário…
Você sabe qual é a diferença entre endemia, epidemia e pandemia? Endemia é uma doença que constantemente atinge determinada região. Epidemia é a doença que surge rapidamente numa região e atinge um grande número de pessoas; e quando a epidemia é generalizada, espalha-se por todas (=pan) as regiões, temos uma pandemia. É o caso da gripe suína.
POR QUÊ?
1. PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?

a) PORQUE é conjunção causal ou explicativa:
“Ele viajou porque foi chamado para assinar contrato.”
“Ele não foi porque estava doente.”
“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
b) PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para tudo isso.”
c) POR QUÊ = só no fim de frase (= antes de pausa):
“Parou por quê?”
“Ele não viajou por quê?”
“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”
“Eu não sei por quê, mas a verdade é que eles se separaram.”
d) POR QUE
1. em frases interrogativas diretas ou indiretas:
“Por que você não foi?” (=pergunta direta)
“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)
2. quando for substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, PELAS QUAIS:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
“Desconheço as razões por que ela não veio.” (=pelas quais)
3. quando houver a palavra MOTIVO antes, depois ou subentendida:
“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)
“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)
“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo, por qual motivo).
. BEM-VINDO ou BENVINDO?
A saudação é BEM-VINDO (=bem recebido):
“Seja bem-vindo.”
“Ele será bem-vindo a esta cidade.”
BENVINDO é nome próprio de pessoa:
“Ele se chama Benvindo.”
. SENÃO ou SE NÃO?
SE NÃO = se (conjunção condicional = caso) + não (advérbio de negação):
“Se não chover, haverá jogo.” (=Caso não chova)
“O presidente nada assinará, se não houver consenso.” (=caso não haja consenso)
Usaremos SENÃO em quatro situações:
SENÃO = de outro modo, do contrário:
“Resolva agora, senão estamos perdidos.” (=do contrário estamos perdidos);
SENÃO = mas sim, porém:
“Não era caso de expulsão, senão de repreensão.” (=mas sim de repreensão);
SENÃO = apenas, somente:
“Não se viam senão os pássaros.” (=somente os pássaros eram vistos);
SENÃO = defeito, falha:
“Não houve um senão em sua apresentação.” (=não houve nenhuma falha, nenhum defeito).

. TAMPOUCO ou TÃO POUCO?
TAMPOUCO = nem:
“Não trabalha tampouco estuda. (=nem estuda)
OBSERVAÇÃO:
“Não trabalha nem tampouco estuda.” (=nem tampouco é redundante)
Basta: “Não trabalha nem (ou tampouco) estuda.”
TÃO POUCO = muito pouco:
“Estudou tão pouco que foi reprovado.”

. A ou HÁ?
“Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui A ou HÁ uma semana”?
O correto é “…daqui A uma semana”.
a) HÁ (=de verbo HAVER) só poderia ser usado caso se referisse a um
tempo já transcorrido:
“Não nos vemos há dez dias.” (=FAZ dez dias que não nos vemos)
“Há muito tempo, ocorreu aqui uma grande tragédia.” (=FAZ muito tempo)
b) A = quando a ideia for de “tempo futuro”, devemos usar a preposição “a”:
“Espero que não haja obstáculos à realização das provas, daqui a uma semana.”
“Só nos veremos daqui a um mês.”
Decore a “dica”:
Tempo passado = HÁ (=FAZ);
Tempo futuro = A
Observação:
Quando a ideia for de “distância”, também devemos usar a preposição “a”:
“Estamos a dez quilômetros do estádio.”
“O estacionamento fica a poucos metros do aeroporto.”

. A CERCA DE ou HÁ CERCA DE ou ACERCA DE?
a) A CERCA DE = A (preposição) + CERCA DE (perto de,
aproximadamente):
“Estamos a cerca de dez quilômetros do estádio.” (=Estamos aproximadamente a dez quilômetros do estádio – ideia de distância);
ou A CERCA DE = A (artigo) + CERCA (substantivo) + DE (preposição):
“A cerca de arame farpado foi cortada.”
b) HÁ CERCA DE = HÁ (verbo) + CERCA DE (perto de,
aproximadamente):
“Não nos vemos há cerca de dez anos.” (=FAZ aproximadamente dez anos que não nos vemos);
ou “Há cerca de dez pessoas na sala de espera.” (=EXISTEM perto de dez pessoas na sala de espera);
c) ACERCA DE = a respeito de, sobre:
“Falávamos acerca do jogo de ontem.”
. AFIM ou A FIM?
a) Quem tem afinidades são pessoas AFINS:
“As duas têm pensamentos afins.
b) A FIM DE= para, com o propósito de:
“Estuda a fim de vencer a barreira do vestibular.”
“Veio a fim de trabalhar.”

. A PAR ou AO PAR?
a) A PAR = estar ciente:
“Ele está a par de tudo.”
b) AO PAR = título ou moeda de valor idêntico:
“O câmbio está ao par.”

. AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?
a) AO ENCONTRO DE = a favor, em conformidade:
“Qualidade é ir ao encontro das necessidades e das expectativas do cliente.”
“Estamos satisfeitos porque sua decisão vai ao encontro das nossas reivindicações.”
b) DE ENCONTRO A = ir contra, idéia de oposição:
“Ficamos insatisfeitos porque a sua proposta vai de encontro aos nossos desejos.”
“Discutimos pois suas ideias vão de encontro às minhas.”

O QUE CONCORDAR

. “ACONTECEU ou ACONTECERAM dois acidentes nesta esquina?”
Segundo nossas regras gramaticais, o verbo deve concordar o sujeito. No caso acima, o sujeito do verbo ACONTECER é “dois acidentes”, que está no plural. Por isso, devemos dizer que “aconteceram dois acidentes”.
Quando alguém diz que “aconteceu dois acidentes”, na verdade aconteceram três acidentes…

. “HOUVE ou HOUVERAM dois acidentes?”
O verbo HAVER, quando usado no sentido de “existir”, é impessoal. Isso significa que não tem sujeito e que só pode ser usado no singular. O certo é “houve dois acidentes”.
É interessante notar que ninguém diria “hão muitas pessoas aqui”. Todos falam corretamente: “Há muitas pessoas aqui”. O verbo HAVER (=existir) deve ser usado sempre no singular em qualquer tempo verbal: “Havia muitas pessoas na reunião”; “Haverá muitos candidatos no próximo concurso”…
Certa vez, li num bom jornal: “Houveram vários crimes na Baixada”. Sem dúvida, um dos crimes foi contra a língua portuguesa!!! O certo é “Houve vários crimes na Baixada”.

. “ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?”
O certo é “ALUGAM-SE apartamentos”.
A presença da partícula apassivadora “SE” faz a frase ser passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo(= apartamentos), e não quem pratica a ação de alugar. É o mesmo que eu dissesse que “apartamentos são alugados”.
Em “VENDE-SE este carro”, o verbo fica no singular porque o sujeito (=o carro) está no singular; em “VENDEM-SE carros usados”, o verbo vai para o plural porque o sujeito (=carros usados) está no plural. Correspondem a: “Este carro é vendido” e “Carros usados são vendidos”.

. “PRECISA-SE ou PRECISAM-SE de operários?”
O certo é “PRECISA-SE de operários”.
Neste caso, a partícula “SE” tem a função de tornar o sujeito indeterminado. Quando isso ocorre, o verbo permanece obrigatoriamente no singular: “Necessita-se de profissionais competentes”; “Acredita-se em discos voadores”; “Aspira-se a grandes vitórias”.
É interessante notar a presença da preposição: “precisa-se de”, “necessita-se de”, “acredita-se em”, “aspira-se a”. Isso é uma indicação de que a partícula “se” é indeterminadora do sujeito.

. “Ou você ou eu TEREI ou TEREMOS de resolver o problema?”
O certo é “Ou você ou eu TEREI de resolver o problema”.
a) Quando temos a idéia de “exclusão” (= ou…ou), o verbo concorda com o núcleo mais próximo: “Ou você ou EU terei de resolver o problema.” (= apenas um resolverá o problema); “Ou eu ou o diretor TERÁ de viajar para São Paulo.” (= apenas um viajará); “O Brasil ou o Chile SERÁ a sede do próximo campeonato.”
b)Se não houver idéia de “exclusão” (= e/ou), a concordância é facultativa: “O gerente ou o diretor PODE ou PODEM assinar o contrato.” (= um ou os dois podem assinar); “Dinheiro ou cheque RESOLVE ou RESOLVEM o meu problema.”
c)Se houver idéia “aditiva” (= e), o verbo deve concordar no plural: “O pintor ou o escultor MERECEM igualmente o prêmio.” (= o pintor e o escultor merecem igualmente o prêmio); “Futebol ou carnaval FAZEM a alegria do brasileiro.”
RESUMO – Concordância com sujeitos com núcleos ligados por OU:
(a) Com idéia de exclusão * o verbo concorda com o núcleo mais próximo.
Ou você ou eu TEREI de viajar a Brasília. (=apenas um viajará)
(b) Sem idéia de exclusão (=e/ou) * a concordância é facultativa (preferência pelo plural).
O meia ou o atacante PODEM (ou PODE) resolver o jogo. (=um ou os dois podem resolver o jogo)
(c) Com idéia de adição (=e) * o verbo fica no plural.
O meia ou o atacante MERECEM igualmente o prêmio. (=os dois merecem o prêmio)

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns! O blog ficou muito bom: interessante e informativo!
Unknown disse…
Adorei saber !!
Tinha uma enorme dúvida sobre esse assunto!!
Anônimo disse…
Ótimo post, me tirou muitas dúvidas! Parabéns pelo blog!
É TUDO PRA FAZEREM BONITO! hehe

Valeu pela visita!
Abraços
ROSANA CALDI disse…
Olá Matheus !
Sempre tive uma dúvida... devemos mencionar que temos UM Porsche, ou temos UMA Porsche?
A maioria das pessoas (inclusive a mídia), diz sempre UM, mas comungo a posição de um vendedor de carros importados, que sempre colocou como sendo UMA!
O que você acha?
Beijo e sucesso!
ROSANA
ROSANA CALDI disse…
em tempo : comungo DA posição e não A posição ...
Oi, Rosana. Tudo bem?

Desculpe a dmeora para retornar seu comentário. Vamos lá: "A" Porsche refere-se à empresa que fabrica o carro. O veículo em si, sempre será mencionado como "O" Porsche.

Obrigado demais pela visita ao VJ!

Um beijão e fique à vontade para voltar sempre.
ROSANA disse…
Olá Matheus !
Entrei em contato com o vendedor de carros importados que mencionei, e ele ratificou sua posição, no sentido de que é mesmo "A" Porsche e não "O" Porsche, assim como o correto é "A" BMW e não "O" BMW como 99% das pessoas costumam dizer...

Comungo da mesma opinião dele, quando diz que devemos receber com reservas algumas informações veiculadas na mídia (que deveria primar pela correção), pois diariamente vemos jornalistas totalmente despreparados, cometendo erros crassos, tais como DESAPERCEBIDO ao invés de DESPERCEBIDO, MANDATO de prisão, ao invés de MANDADO e, pasme, até mesmo pessoas do alto escalão (isto foi antes do governo Lula, bem entendido) como a ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, escorregava na maionese e batia a cabeça no pote diariamente, ao dizer alto e bom som "A BTN CHEIA", quando sabemos tratar-se do BÔNUS DO TESOURO NACIONAL e, portanto, "DO BTN CHEIO" ... O pior é que, dependendo de com quem estivessemos conversando, tinhamos que falar errado também, sob pena de sermos tidos como ignorantes !!!!!!!!! quá, quá, quá
É do nosso conhecimento, que ao mencionarmos a empresa, devemos obviamente falar A PORSCHE... Gostaria que você mencionasse a fonte, em que baseou sua resposta, no que pertine à colocação do veículo, como sendo O PORSCHE, pois não a mencionou.
Beijão e sucesso sempre !!
Rosana
ROSANA disse…
Olá Matheus !
Entrei em contato com o vendedor de carros importados que mencionei, e ele ratificou sua posição, no sentido de que é mesmo "A" Porsche e não "O" Porsche, assim como o correto é "A" BMW e não "O" BMW como 99% das pessoas costumam dizer...

Comungo da mesma opinião dele, quando diz que devemos receber com reservas algumas informações veiculadas na mídia (que deveria primar pela correção), pois diariamente vemos jornalistas totalmente despreparados, cometendo erros crassos, tais como DESAPERCEBIDO ao invés de DESPERCEBIDO, MANDATO de prisão, ao invés de MANDADO e, pasme, até mesmo pessoas do alto escalão (isto foi antes do governo Lula, bem entendido) como a ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, escorregava na maionese e batia a cabeça no pote diariamente, ao dizer alto e bom som "A BTN CHEIA", quando sabemos tratar-se do BÔNUS DO TESOURO NACIONAL e, portanto, "DO BTN CHEIO" ... O pior é que, dependendo de com quem estivessemos conversando, tinhamos que falar errado também, sob pena de sermos tidos como ignorantes !!!!!!!!! quá, quá, quá
É do nosso conhecimento, que ao mencionarmos a empresa, devemos obviamente falar A PORSCHE... Gostaria que você mencionasse a fonte, em que baseou sua resposta, no que pertine à colocação do veículo, como sendo O PORSCHE, pois não a mencionou.
Beijão e sucesso sempre !!
Rosana
Oi, Rosana. Que legal, obrigado pela informação.

Neste caso, fiz uma consulta ao padrão usado pelo jornal Folha de S. Paulo.

Mas pelo jeito esta é a mesma situação de A" ou O" personagem. Apesar de o correto ser A", os veículos usam O" para não soar estranho.

Obrigado, Rosana! Beijão.
Sara disse…
Olá, eu sou da Argentina e vivo no Brasil há cinco anos. Há muitas orações que não foram pronunciar ou porque me confundir. é por isso que eu contratei um professor que vem duas vezes por semana para o meu apartamento em caxias para me ensinar a falar Protuguês bem.